quinta-feira, 6 de junho de 2013

RESUMO DO PRIMEIRO CAPÍTULO DE “A CULTURA DA MÍDIA – ESTUDOS CULTURAIS: IDENTIDADE E POLÍTICA ENTRE O MODERNO E O PÓS-MODERNO”, DE DOUGLAS KELLNER

            Para que possamos compreender, de fato, os conflitos gerados entre teorias e estudos culturais é essencial e necessário expor alguns recortes históricos:
            Os anos 1960 foram uma época de extensos tumultos sociais que desafiavam as formas estabelecidas de sociedades e cultura, produzindo novas contraculturas. Geraram uma era de intensas “guerras culturais” entre liberais, conservadores e radicais. Já nos anos 1970 com a recessão econômica aflora o pós-guerra apresenta o discurso da reorganização, da economia e do Estado.
            Entretanto, nos anos 1980, essa organização deu-se pelos governos conservadores, retalhando programas sociais, aumentando déficit das contas públicas dentre outras ações. Depois da segunda guerra mundial, os países capitalistas e comunistas competiam pela geometria econômica, política e social. A derrubada do muro de Berlim, a queda do Império Comunista Soviético e a dissolução final da própria União Soviética resultou uma pseudo era de paz e estabilidade.
            Na última década, surgiram novas tecnologias e com elas ocorreram mudanças nos padrões de vida como também a reestruturação do trabalho e do lazer. Com as novas tecnologias do computador, substituíram muitos empregos e criaram outros, oferecendo novas formas de acesso à informação e a comunicação entre pessoas. A mídia da informação tem efeitos divergentes, por um lado, proporciona a diversidade de escolha, possibilidade da autonomia cultural, e maiores aberturas para intervenções de outras culturas e ideias. Vale lembrar que o fenômeno histórico – cultura da mídia é recente por Horkheimer e Adorno nos anos 1940, constituídos pelos seguintes veículos de comunicação: cinema, rádio, TV dentre outros. Com esse tipo de cultura dominante (cultura de mídia) suas formas visuais e verbais estão suplantando as formas da cultura livresca para ser decodificada por outros conhecimentos. Esse tipo de cultura caracterizou uma força dominante de socialização. As mudanças políticas sociais e culturais ao longo do tempo foram acompanhadas pela proliferação de novas teorias e métodos para entender a cultura e a sociedade contemporânea. Já nos anos 1950 os teóricos sociais proclamaram surgimento de novas sociedades pós-industriais o conhecimento e a informação seria o princípio essencial da organização dessa sociedade.
            Durante os anos 1970, surgiram postulados de que a modernidade estava acabada, de que estávamos numa nova era – pós-modernidade (Baudrillard, 1976 e Lyotard, 1984). Segundo alguns teóricos do pós-modernismo argumentavam de que a sociedade contemporânea com suas novas tecnologias, forma de cultura, experiência do presente, constituem uma ruptura decisiva em relação às formas modernas de vida. A sociedade “pós-Fordista” representa regime de acumulação e caracterizado pela produção e pelo consumo de massa regulamentada pela estatal e por uma cultura de massa homogenia substituída por regimes mais flexíveis de acumulação.Portanto, a sociedade e a cultura contemporâneas estão no estado de mudanças. É travada guerras culturais entre conservadores liberais e progressistas em que os conservadores tentam impedir os avanços dos anos 1960 e impor valores e forma de cultura mais tradicionais.
            Nos anos 1990, os conservadores dos Estados Unidos continuam opondo-se ferozmente aos liberais, agora estão no poder depois das eleições de Bil Clinton de 1992. Os filmes de Hollywood atacam com freqüência as mulheres e o feminismo, predominando o discurso machista e a paranoia masculina e branca “evidenciando” em todos os meios culturais. Essas guerras ocorreram em toda Europa. Na Grã-Bretanha (ataque aos conservadores do governo) na França.
            A turbulência teórica ocorreu nos anos 1960, na França, na qual surgiram novos discursos sobre a mesma, a teoria pós-estruturalista, rejeitando as teorias estruturalistas (Semiótica, Psicanálise e outras). No pós-estruturalismo emerge novas teorias da linguagem, do sujeito, da política e da cultura. Nesse período marcou-se a chamada “Guerras entre Teorias”.
            Nos Estados Unidos, nos anos 50 e início de 60, marcam o marxismo e o feminismo. Vale lembrar que as experiências da guerra do Vietnã nos anos 60, muitas pessoas da Nova Esquerda e do movimento antibelicista para teoria marxista. Devemos refletir sobre tais mudanças. Será que foi o acaso? O feminismo também fez parte dos novos discursos teóricos em todo mundo. Por meio de movimentos radicais, as mulheres começaram a revoltar-se contra aquela que consideravam práticas opressivas das sociedades patriarcais contemporâneas. A primeira manifestação clássica de feminismo dos anos de 1960, foi a obra de Simone de Beauvoir - O segundo sexo. Também há uma gama de discursos femininos a partir da psicanálise contra os discursos masculinos. Grupos marginalizados procuram fazer-se ouvir, surgem nos Estados Unidos novos discursos e estudos das minorias negras, indígenas, hispânicos, asiáticos etc. Os estudos em torno da homossexualidade masculina e feminina problematizaram a sexualidade e apresentaram novas perspectivas sobre sexo, cultura e sociedade. Teóricos oriundos de países subdesenvolvidos produziram e fomentaram discursos atacando a colonização ocidental.
            Nos anos 70, as explosões das teorias continuaram, deu-se uma nova globalização teórica. Os teóricos do Terceiro Mundo e dos Estados Unidos apropriavam-se dos discursos europeus. A retórica nesse contexto histórico deu-se em torno da raça, classe, etnia, preferências sexuais e nacionalidades. Para que servem as teorias? Segundo o autor elas elucidam as realidades sociais e ajudam os indivíduos a entender seu mundo utilizando-se de conceitos, imagens, símbolos, argumentos e narrativas. A metateoria (teoria sobre teoria) contemporânea nota que as mesma usam componentes históricos e literários para explicar a nossa vida. A teoria social dialética estabelece nexos entre as partes isoladas da sociedade, por exemplo, como a economia se insere nos processos da cultura da mídia. A teoria crítica da sociedade pode utilizar o conceito de articulação para indicar de que modo vários componentes sociais se organizam na produção. O conceito de articulação foi introduzido por estudos britânicos e tornou-se fundamental para sua prática (esse conceito é abordado pelos autores: Hall, Grossberg e Jameson).
            As sociedades contemporâneas demandam constantes mapeamentos ou remapeamentos devido á intensidade das mudanças e velocidade das transformações sociais em curso. O teste de uma teoria consiste em seu uso,desenvolvimento e seus efeitos. Quanto às abordagens aos estudos culturais mencionamos a metateoria e os modelos da teoria social e da crítica cultural que foi influenciada pela Escola de Frankfurt, pelos estudos culturais britânicos e pela teoria pós-moderna/pós-estruturalista. Baseada nos moldes dessa escola, a mesma disseminou estudos críticos de comunicação e de cultura de massa. Como também desenvolveu o primeiro modelo de estudo cultural.
            Entretanto, há muitas outras tradições e muitos modelos de estudo cultural que vão desde os neomarxistas, desenvolvidos por Lukács, Gramsci, Bloch e a Escola de Frankfurt nos anos de 1930 até os feministas e psicanalíticos. Vale ressaltar que na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos prevaleceu uma antiga tradição que precedeu a escola de Birmingnghan. As principais tradições de estudos culturais dialogam com as seguintes áreas do conhecimento: teoria social, análise cultural, história, filosofia e intervenções políticas específicas. São exemplos das abordagens realizadas na Escola de Frankfurt as análises da música popular desenvolvidas por Adorno, os estudos de Lowenthal sobre a literatura popular e revistas,os estudos de Herzog sobre as novelas de rádio e as perspectivas e crítica das culturas de massa desenvolvidas no estudo de Horkheimer e Adorno sobre a industria cultural de 1972.A dicotomia entre cultura superior e inferior estabelecida por essa escola é problemática devendo der substituída por um modelo que tome a cultura como aspecto e aplique semelhantes métodos críticos e todas produções culturais que vão desde a ópera até a música popular. Os estudos culturais e a teoria crítica da Escola de Frankfurt desenvolveram modelos teóricos do relacionamento entre a economia, o Estado, a sociedade, a cultura e a vida diária fomentada pelas problemáticas das teorias sociais contemporâneas. Segundo John Fiskesugere o termo “popular” provém do povo.,conhecida como cultura que vem de cima para baixo.
Quanto aos estudos culturais pós-modernos, alguns teóricos como Denzin (1991) e Grossberg (1992) vinculam os estudos culturais à vertente pós-moderna. Esse termo é usado para abarcar uma diversidade de produtos culturais, fenômenos sociais e discursos teóricos. O uso do termo pós-moderno serve para nossa sociedade contemporânea como sinônimo. Hebdige propõe unir algumas novas perspectivas pós-modernas ao programa neogramisciano mais antigo, isto é,consiste em ligar os estudos culturais ao projeto de mudanças sociais e culturais radicais para novas lutas e novas transformações progressista.
            Entretanto, os estudos culturais estão no campo novo e aberto, no processo de construção e reconstrução, as intervenções devem apenas criar novas perspectivas ou análises e não fechamentos teóricos. As teorias feministas e multiculturalistas de raça, etnia, nacionalidade, subalternidade e preferência sexual ganham espaço neste panorama contemporâneo. Já a ideologia e a cultura da mídia e os métodos críticos podemos mencionar Marx e Engels caracterizaram a ideologia como ideias da classe dominante que obtêm predominância em determinada era histórica. Este conceito foi usado para atacar ideias que legitimavam a hegemonia da classe dominante. Fazer crítica da ideologia implica criticar ideologias sexistas, racista tanto quanto a ideologia da classe burguesa capitalista.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KELLNER, Douglas. A cultura da mídia – estudos culturais: identidade e política entre o moderno e o pós-moderno. Bauru, SP: EDUSC, 2001. (pp. 9-74).




Um comentário:

  1. Olá
    Vim seu blog no dihitt e vim visitar e estou seguindo
    Convido vc para conhecer meu blog
    Um abraço

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